Thursday, March 15, 2007

2 dicas musicais

Para quem ainda não conhece, aqui vão duas boas dicas de sites sobre música, que descobri há não muito tempo. O primeiro é o All Music, uma enciclopédia virtual, onde se pode consultar a biografia resumida de milhares de músicos, desde punks alemães a tocadores de cítara de Bangladesh. Os artistas mais conhecidos têm toda a sua discografia organizada em ordem cronológica e comentada pormenorizadamente.

A outra boa novidade é o Pandora, uma espécie de rádio à la carte. Vc se cadastra, escolhe uma estação do músico de sua preferência (ex: Gilberto Gil Radio), e o site monta uma programação com outros artistas com estilo musical parecido. Porém, não se surpreenda se, depois de criar a rádio Lenine, por exemplo, vc venha a escutar uma canção melosa do Jorge Vercilo. Ça peut arriver... Afinal, por melhor que seja, o Pandora é um site americano. Lembre-se por aquelas bandas, nós continuamos sendo, sempre, "latinos". E o Vercilo não está fora dessa...

O tal terceiro homem


Until last month, François Bayrou presented himself to the French electorate as a black sheep. He accused the “big media” of marginalizing him from its newspapers and broadcasts, in favor of his two main adversaries, the socialist Ségolène Royal and the centre-right candidate Nicolas Sarkozy.

But, as the polls showed this week, Mr Bayrou is likely to lose his outsider condition, becoming the big star in French presidential election. After reaching 23% of the voting intentions – according to the pollster IFOP -, same score as his rival Ms Royal, Bayrou was brought to the front-page of the most important newspapers and magazines.

Like Jean-Marie Le Pen did in 2002, Mr Bayrou plays the “third man” role. Exploring the disenchantment of French electors with the two-party political system, Mr Bayrou defends the end of the cleavage between left and right. His centrist discourse allowed him to gain supporters from every ideological field, from De Gaulle’s fans to ecologists.

Cécile Duport, 33, identifies herself as a “centre-leftist”. Since her early teenage she has supported the Socialist Party. But her deception with the former Prime Minister Lionel Jospin, who decided to quit political life when he was defeated by Le Pen in the last ballot, led her to join Mr Bayrou’s party, the UDF (union for French democracy).

“I was tired about the way the PS elephants make politics”, she said, in referring to the leaders of the French socialist party. “They are always thinking about their careers, unlike Bayrou, who tries to humanize the campaign as much as possible. Besides that, I don’t believe anymore in left or right. What France needs is unity, not division.”

However, Mr Bayrou’s aspiration to form a coalition government has been heavily criticized those last days. Some analysts, such as Xavier Darcos, France’s in the OECD (Organisation for Economic Co-operation and Development), say that Mr Bayrou is likely to follow the path of Romano Prodi, Italian prime minister. According to Mr Darcos, the centrist candidate should struggle to form a solid majority in the Parliament.

For Benjamin Slama, 22, who studies law in the University of Paris, the analogy with Mr Prodi is an equivocated strategy developed by Mr Bayrou’s opponents. “They want to hide the fact that François Bayrou is the only candidate able to build a unity government and fight the high public debt”, he argued.

Slama reckons that, once he is elected, Mr Bayrou will invite politicians from both the PS and the UMP, the centre-right party, to join the UDF. “It will become soon France’s biggest and most respectful party. So that the project dreamt by our former president Valéry Giscard d’Estaing will finally come true.”

This hope is shared by Simon Gay, a retired lawyer who, at the age of 64, decided to join Mr Bayrou, thanks to the candidate’s projects for the environmental issues. Mr. Gay is actually member of the minuscule Cap 21, whose candidate, the former Minister of Environment Corinne Lepage renounced last Monday to support Mr Bayrou.

“Bayrou understand that ecology is a great opportunity for us to create millions of jobs. In his program, he promised that he’ll change the tax legislation in order to punish those who contaminate land, water and air, and stimulate sustainable projects” he said. “When he talks about environment, he seems more realistic than Ségolène but less pragmatic than Nicolas Sarkozy. He found the right point; that’s why he is so attacked.” João Rocha Lima

Wednesday, March 14, 2007

Um bilhão de árvores

Para compensar a escolha desastrada do nosso Líder Máximo - ainda não confirmada, vale lembrar - o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) lançou uma campanha interessante. Diante do aumento desenfreado da deflorestação em todo o mundo, e para fazer frente ao aquecimento global, eles decidiram promover um mutirão internacional, com o objetivo de plantar 1 bilhão de árvores este ano.

O projeto foi idealizado pela ganhadora do Nobel da Paz de 2004, a ambientalista queniana Wangari Maathai. Todo mundo pode participar. Basta se registrar no site e dizer a quantidade de árvores que plantou e o local. É recomendável que as mudas sejam de espécies nativas. Quem for marinheiro de primeira viagem pode ler o manual de instruções para o plantio.

Mais um "bandeirante" na Esplanada


Parece que o Lula decidiu, enfim, dar mais um ministério ao PMDB da Câmara - sim, por mais bizarro isso possa soar, há o PMDB da Câmara e o PMDB do Senado! Trata-se do ministério da Agricultura, que será entregue, segundo uma nota no Dia Online que acabo de ler, "aos cuidados" do deputado Odílio Balbittoni. Para quem desconhece completamente a existência desse sujeito, sugiro a leitura de um curto perfil feito pela revista Istoé Dinheiro, a Bíblia do agrobusiness brasileiro.


O tom comovido e heróico da matéria nos dá uma leve noção do poderá acontecer caso este homem venha a assumir, de fato, o ministério. Só o começo do texto já me faz tremer nas bases("A história da conquista de novas fronteiras é a história dos desbravadores..."). É impressionante a capacidade que certos jornalistas brasileiros têm de substituir palavras com conotação exclusivamente negativa, como desmatamento, por expressões grandiloqüentes e enaltecedoras. Desta maneira, um grileiro vira bandeirante num piscar de olhos.


Para operar um milagre desse porte, os ditos "coleguinhas" lançam mão de seus parcos conhecimentos de história do Brasil (e de língua portuguesa, naturalmente), e adicionam, ao final, uma dose de cinismo. Ingrediente, aliás, que parece sobrar nas redações tupiniquins...

Enquanto isso, a Amazônia vai sendo devorada pelas bordas, com a complacência de Lula. Então a gente se pergunta: de quê adianta manter a Marina Silva como ministra se o objetivo é acelerar a destruição do que ainda resta dos nosso ecossistemas mais importantes? Alguém se candidata a responder esse enigma?

Retratação

Peço desculpa aos meus leitores mais assíduos pelo estado total de abandono em que se encontrou este blog no último mês, mês e meio. Durante este tempo, fui acometido por uma inércia que parecia invencível. Além disso, devo dizer que passei boa parte de fevereiro fora de Paris, primeiro em Berlim, numa viagem com a escola, e depois em Lisboa, onde fui fazer um estágio, no jornal português Público. Daqui pra frente, tentarei compensar esse jejum. Até a próxima crise de preguiça...